A vitamina C é considerada um dos mais potentes antioxidantes, por sua capacidade em doar elétrons e inibir os radicais livres, diminuindo em até 30% o estresse oxidativo, e ainda potencializa a ação de outros antioxidantes, principalmente a vitamina E, ajuda na absorção do colágeno. A ingestão diária recomendada para adultos de Vitamina C é de 45mg de acordo com a Anvisa
Outro fato relacionado à vitamina C, é que ela tem papel essencial no tecido conjuntivo, cartilagem e tecido ósseo, “tecidos importantes que sempre devem ser preservados pelo o atleta”.
Alguns estudos demonstraram que a suplementação com a vitamina C por um tempo prolongado pode causar benefícios em relação à dor e à lesão muscular, e ainda melhora a condição física, pois, participa do retardo do inicio da fadiga.
Em condições normais, nosso organismo utiliza de 3 a 4% da vitamina ingerida, já o atleta de atividades intensas, tem um consumo de até 70%.
Muitos especialistas recomendam que atletas precisem de uma oferta maior de vitamina C do que a recomendada pela RDA, mesmo por que, os níveis desta vitamina baixam após uma competição ou treino.
Entre os seus supostos benefícios encontram-se efeitos anti-catabólicos, que em teoria poderiam facilitar uma maior hipertrofia muscular. Mas será isso verdade, e será mesmo isso que acontece?
Na realidade, já foram realizados vários estudos que comprovam precisamente o oposto. Este estudo em especial mostra que a suplementação com vitamina C reduz a hipertrofia do músculo esquelético em resposta à sobrecarga crônica (Veja o estudo aqui).
Apesar do fato de ainda não ter sido publicado, o artigo de Yuhei Makanae et al. na verdade, apenas confirma o que mais e mais cientistas têm vindo a especular no último par de anos. Uma ingestão elevada de antioxidantes, e como parece, em particular da vitamina C, sabota a resposta hipertrófica dos músculos ao treino com pesos.
Como pode ver na figura 2, o efeito foi relativamente pequeno, mas muito significativo em termos estatísticos (p <0,01) e isso apesar do facto do regime de suplementação (500 mg/kg de peso corporal; HED: 0.08mg/kg peso corporal) não ter ingerido quantidades muito mais elevadas do que alguns “entusiastas da vitamina C” estão a tomar todos os dias no esforço fútil (e inútil) para aumentarem os seus níveis séricos de vitamina C para uma concentração que o seu corpo irá – e provavelmente não sem razão – tentar contrariar aumentando a eliminação de vitamina C via renal.
Tal como os dados da figura 2 mostram, os mesmos mecanismos homeostáticos que conhecemos dos seres humanos, também funcionam da mesma forma em roedores – pelo menos no que diz respeito aos níveis séricos.
Por outro lado, no músculo plantar do grupo suplementado, verificou-se uma acumulação significativamente mais elevada de vitamina C do que no grupo placebo.
Este aumento foi acompanhado por uma atenuação dos efeitos repressores que a sobrecarga crônica do músculo teve sobre a expressão da proteína catabólica atrogina-1 e na proteína anabolizante ERK1 / 2 (p <0,01) no grupo de animais não suplementados.
Com base nesta observação e com referência aos resultados de estudos anteriores e ao fato de que nem o conteúdo de água do músculo, nem uma redução significativa na ingestão de alimentos no grupo de vitamina C poderem explicar as diferenças observadas, Makanae et al. concluíram:
A administração oral de vitamina C atenua a hipertrofia muscular induzida por carga mecânica crônica.
Porém, o estudo não responde à questão de saber se os efeitos seriam idênticos num cenário de treino do mundo real, onde o desgaste ainda mais intenso e desgaste no músculo poderia ser de fato suficiente para induzir a hipertrofia do músculo esquelético humano apesar da suplementação de vitamina C.
Mas vamos ser honestos. Em vista do fato de que as evidências científicas que provam os benefícios ergogênicos da suplementação com mais de 1 grama de vitamina C por dia (em seres humanos) serem simplesmente inexistentes, o ponto-chave a reter do estudo em mãos deve realmente ser:
Não aumente a sua ingestão de vitamina C para além de 1 grama por dia. Isto se não quiser correr o risco de comprometer os resultados de todo o trabalho duro que está a aplicar nos seus treinos.