Muitos praticantes de musculação acreditam que malhar em jejum trás benefícios na queima de gordura. Mas será que o corpo vai usar a gordura como fonte de energia obtendo assim um efeito termogênico? Até aonde isso valeria a pena? Quais são os riscos? Saiba nesse artigo tudo que acontece com nosso corpo.
Malhar em jejum, o que a ciência diz
Uma pesquisa publicada no Strenght and Conditioning Journal revelou que este hábito de praticar musculação ou exercícios de menos intensidade como aeróbico em jejum (sem ingerir alimento) o nosso corpo queima mais músculos do que gordura, sendo assim, se você tem o objetivo de ganhar massa muscular magra e reduzir a gordura corporal, fazer academia em jejum não é a melhor opção.
O resultado mostrou que os atletas que faziam musculação em jejum perdiam cerca de 10% de calorias vindas de proteína, ou seja, da massa muscular. A explicação que os especialistas deram para o fato é a de que, quando em jejum, o corpo aumenta a quantidade de hormônio cortisol, que costuma inibir a queima de gordura. Dessa maneira, o corpo acaba usando a massa muscular como energia.
O que acontece ao treinar em jejum?
Alguns estudos mostraram que tanto em jejum ou tomando um belo café da manhã, a queima de gordura é a mesma. Mas em jejum o corpo utiliza as proteínas como fonte de energia, o que não é um bom negócio.
Quando fazemos exercícios físicos em excesso também pode ocorrer a hipoglicemia de jejum, que surge após muitas horas sem se alimentar. Os sintomas são: fome, tremores, suor, sensação de fraqueza, confusão mental, palpitação do coração. Muitas vezes, a simples ingestão de um alimento com açúcar resolve a crise.
Porém, há ocasiões que exigem cuidados e podem levar ao pronto socorro já que a hipoglicemia pode fazer com que a pessoa perca os sentidos e que o quadro se agrave.
Em hipótese alguma pratique qualquer atividade física em jejum ou após longos períodos sem ingestão de alimentos. O organismo precisa que a glicemia, açúcar disponível no sangue, esteja em níveis normais para utilizar a gordura corporal como fonte de energia.
Malhar em jejum, por outro lado, estimula o nosso corpo a usar a proteína como fonte energia, as proteínas são a nossa fonte de massa magra (músculos). O jejum também pode acarretar a diminuição do rendimento, ao invés de melhorar os resultados.
O que comer antes e depois do treino?
Os nutricionistas indicam o consumo de carboidratos de baixo índice glicêmico antes do treino. Ex.: aveia, pão integral ou batata doce. Os alimentos integrais de forma geral são digeridos de forma mais lenta e fornecem energia (glicose) de forma gradual.
Também pode introduzir as proteínas como ovo cozido, queijo, albumina ou peito de frango. Para atividades aeróbicas existem algumas teorias que defendem essa prática em jejum. Mas isso pode variar de pessoa para pessoa e não se aplica a treinos em academia.
O que comer antes da musculação pela manhã? A dica é se alimentar de 30 min a 1 hora antes do treino. Dar preferência aos carboidratos de baixo ou médio índice glicêmico e uma proteína isolada ou concentrada, como o whey protein
A dica geral é ter uma alimentação bem equilibrada que inclua vegetais, legumes e frutas, bem como carboidratos e proteínas.
E água, não esqueça da água! Mais de 70% do corpo é água e suas células precisam dela.